Victor Requião

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domingo, 31 de maio de 2009

Sal da pele

(Sequência: "Rosa dos Ventos", "Conselhos além-mar", "Mares merecidos")

A brisa do mar sentiu os teus cabelos, navegante.
Fazendo-te lembrar das diversas terras
E da mesma vontade tua de nelas ficar
Por tempos breves e em novos brilhos de vida.

Mas não te podes pensar agora,
Nem mesmo amanhã ao raiar o dia.
Pois o que fazes agora simplesmente vai pro infinito
E não é conhecido por ti as direções que segue.

Então silencia a vista, clareia o pensamento
Observando o mar visto da proa dos teus dias
Sentindo a tua pele marcada pelo sal,
E o sorriso moreno a te esperar na imensidão...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Distance among far places made me think about how beauty is reflected in its different forms, in different ways. And how different and strong we can be when facing them at the fist time as well...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

The ground beneath and skies above, there's too much between them. It's just the love of nature which makes me go through.

domingo, 24 de maio de 2009

Sintonia entre mundos

Ao olhar da janela de vidro de lá do alto,
Enquanto bebia uma chicará de café,
Via as árvores da floresta que balançava.
O céu cinza e o vento ligeiro embalavam
A tarde que entre elas silenciava.

Até que uma das árvores me chamou a atenção,
Não era a mais alta da floresta
Da minha visão eu percebia o seu balançar junto com as demais.
Eu, com pensamento leve e sem nada pensar
Contemplava o matiz que fluia do verde ao cinza do céu.

Sua copa, revelava-se em dois tons
Parecendo mudar de cor constantemente,
Indo do verde que a confundia às suas irmãs
Ao amarelo ouro que a tornava tão diferente.
Tão logo eu a olhava por muito tempo, voltava lentamente ao seu verde original!

E quando eu tirava o olhar dela por um tempo,
Voltando a minha atenção para o café que esfriava,
Olhando-a novamente toda a sua copa reluzia
E o meu olhar se envolvia no novo matiz dourado,
Parecendo que conscientemente queria distinguir-se das demais!

Mas tão logo o café acabou,
O mundo dos homens me chamou de volta aos afazeres.
Deixei-a reluzindo diferentemente em seu mundo.
Pois sei que naquele momento era só eu e ela
Não havendo linhas tênues a separar os nossos mundos.

Yeah, it seems the winter is near, side by side of heavy steps and a warming heart.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Chuvinha solta, respinga da janela e me traz a natureza.

terça-feira, 19 de maio de 2009

A noite silencia, de pensamentos e gestos de homens.
A luz reflete na parede branca o que no sono há de vir...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mares merecidos

(Sequência: "Rosa dos Ventos" e "Conselhos além-mar")


O teu navio, homem dos ventos antigos
Agora segue a rota da estrela do norte
E por mais que tenhas vacilado em tempestades passadas
Este é o teu começo, as novas águas que te esperam!

Sossega os antigos ruidos do teu convés
Aceitando que os antigos fantasmas já foram silenciados pelo tempo.
Então levanta alto as velas mais alvas
Navegando pelos mares, indistintamente.
Estejas tu no frio dos polos ou no calor dos trópicos.

Lembra-te, quando subires no mastro do teu navio
E de lá avistares cores diferentes do azul
Não temerás mais, pois este é o teu mar merecido.
É a beleza dele que irradia por ti.



(Sting - Valparaiso)

domingo, 17 de maio de 2009

Após o silêncio

As palavras que saem não são do céu nem da terra.
Apenas fluem por sensações de estar e crescer
Refletindo tanto no peso quanto na leveza
Do existir, do amar, e do ousar ser.

Mas são tantas, quem quando ditas, faladas ou lidas
Causam o silêncio de quem as ouve.
E lhe abre as portas do sentir,
Na confiança que não teme o toque de quem quer...

... não só usar as palavras para por o pensamento em movimento.

Sonolência

Na ciranda a roda gira sem parar
E nas mãos entrelaçadas,
Todos se movem e seguem o mesmo rodar.

Mas eu prefiro apenas mover
E que o meu movimento seja de muitas maneiras
Sem me preocupar com as formas que tem.

Talvez por isto que não exista no quotidiano
A percepção das demais pessoas das facetas do mundo,
Fazendo-me então elevar os véus e contemplar-lhes a face oculta.

Assim, sou natural, pois apenas me interessa realidades.
E percebo em mim que a primeira vez dos acontecimentos quais quero que se repitam não é a mais importante.
Mas a segunda vez, pois manifesta a beleza da primeira e a carrega para as demais!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Diálogo durante o caminho

O Caminhante:

Como me olhas com o semblante tão sereno enquanto os meus olhos de dúvida, tão pequenos, mal te podem notar?

Vi-te de longe, mesmo em fogo intenso e na incerteza estava em vago pensamento. Mas da tua luz senti o sopro do alento, nesta noite em nada acreditar!

Quieto caminhei em silêncio, mesmo sem sentir os passos no escuro eu me sentei no bosque de onde agora te avisto. Por muito tenho andado, tanto que no corpo o cansaço se fez parte e não me pesa o escudo do amor. Com ele, ainda entre o fado pesado dos dias, aprendo a cruzar desembaraçado por entre os comportamentos dos homens.


O Espírito Montanhês:


Não sou o que caminhas, mas o ardor em teus pés. Para que te lembres da força que te arde por dentro e te eleves à imensidão.

Sou a brisa leve entre os teus cabelos pesados, pois na rocha dura te vi andar, e no teu vacilo serei a mão do teu levantar!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Poem for a tree

I will take my steps,
Guide them to the country side
Where life appears to pass gently
And love grows between the roots of a tree without time...

"Life is old there
Older than the trees
Younger than the mountains
Growing like a breeze"
(John Denver - Take me home, country roads)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Colheita entre noite e dia

Acordando, ainda dormente dos sentidos do corpo
Percebo a figura em minha mente
Que me acorda, acompanhando o meu despertar ao mundo.

Este tem sido o sinal antes adormecido por tanto tempo
E que eu particularmente havia deixado,
Trocando-o pelo vazio dos pensamentos ao acordar.
Mesmo tendo ele me acompanhado desde tempos sem início.

Quando se toca um rosto brilhante, não só o toca com os gestos das mãos
Mas com todos os sentidos do corpo e mente.
E então este lhe brota em novas revelações num pensar contínuo que não finda.
Seja desde a hora de dormir (acordar) à hora de acordar (dormir).

E na claridade da figura que vejo com o olho que pulsa em minha testa
Toco-a com os gestos além corpo
Em energias sem forma, mas repletas de consciência.
Entregando-a à beleza das flores do dia, que colhi para ela antes do acordar.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Palavras

As palavras após ditas com um querer sincero
Precisam ser revividas continuamente,
Para que não se exalem, ou fiquem no passado,
Deixando a idéia de que algo simplesmente findou.

Talvez seja por isto que as canções tem refrão
Para que fiquem por mais tempo no ar certas palavras.
Enquanto outras são deixadas para que se dissipem
E não lhes demore a existência.

Mas também é preciso o calar
Para que arrefeça as ilusões do pensamento,
Carregando as palavras com a leveza da sensatez
E a clareza dos propósitos.

Por isto que não há cansaço ao dizer
E deixar que as palavras venham,
Mesmo aquelas vindas das sensações tão incertas aos sentidos, e voláteis!
Para que quando ditas, sempre revivam no querer sincero que as pôs em movimento.