Victor Requião

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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Ventos da virtude

Os ventos alísios me sopraram pela própria Vontade
Seguindo a rota traçada pelo meu próprio descontentamento.
Mas não deixei que meus pés seguissem sem que sentisse o vento,
Pois pra reviver a si mesmo é preciso estar consciente.

Mas tem horas que o vento cessa silenciosamente tudo ao meu redor.
E a tênue existência interior rodopia com ares de certeza,
Trazendo à consciência que os ventos só exalarão as fragrâncias da Virtude
Quando independente do ver, ouvir e sentir; houver a paciência do viver.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

A mudança se prolonga, impondo a sua vontade independente de mim e do tempo.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Esperança

O fim de um ano sempre traz uma nova esperança.
A esperança é trazida pelo fim das coisas,
Não pelo seu começo.
Pois é no fim que a possibilidade de algo novo se renova.

A idéia da renovação faz os olhos verem novas cores,
Mesmo que já as tenha visto antes,
Mas é diferente,
Pois são tocados novamente pelas cores das novas possibilidades.

De tudo o que pode acontecer e que pode até ser pressentido,
A esperança é a que ganha mais cor.
E unir o interior ao exterior,
Apenas isto faz sentido.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

A vida no tempo

Em cada canto há lugares e pessoas que merecem continuar perto,
Há momentos também, mas estes somente existem num único instante
Não permitindo que sejam acompanhados
Ou deixem-se acompanhar tentando vivê-los novamente.

Cada ida ou vinda é um rompimento.
Em cada ação há laços que são criados
E na vida que segue há sempre vontades, internas ou além,
Que se movimentam muitas vezes sozinhas
Como dotadas de vida por alguma força vinda do próprio tempo.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Um acordar

Acordar trás sempre a reminiscência
De um cessar que durou toda uma noite.
E que ao acordar encontra tudo como antes,
Um lugar desconhecido onde o corpo repousou.

O abrir de olhos anula todos os desejos dos sentidos,
Não há fome, nem há vontade de nada físico.
Pois nem sempre há significado
Naquilo que vem do mundo como um impulso ao corpo.

  

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Vivência

O corpo já foi marcado pelos sinais desta vida,
Desde cicatrizes das aventuras da infância,
Que hoje fazem lembrar tempos e ares que mais parecem sonho,
Até aquelas que apenas existem no pensamento.

Também há marcas de sensações,
Ainda despertas ou já dormentes no universo inconsciente,
Todas elas deixadas pela insistência
E convivência no reino de homens.

Há marcas mais à frente,
Que se abrem ou cicatrizam pelo curar de outras
E que são tão difíceis de aceitar.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Aceno ao mar

Passa um barco desconhecido frente ao mar,
Acena ao longe uma figura sem forma
Mas não sabes se ela quer que vás com ela,
Levando contigo nada, nem mesmo o Eu.

Enquanto isto observas o barco
E procuras não pensar,
Na dúvida se a figura verá o teu aceno de volta.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Olhar

Olhar para o chão não diz muita coisa,
Nem revela muitas novidades aos olhos.
Apenas uns pequenos detalhes
Que passam despercebidos quando se despreza o chão que anda.

Mas também olhar o horizonte não significa ver o futuro
Nem ao menos garante que se aprenda algo
Simplesmente por contemplar repetidamente
A linha que separa a terra do céu.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Bing-Bang

Uma criança ri ao longe e vive a sua inocência,
Nela não há mais o que sentir, não há o que esperar.
Pois não lhe cabe qualquer pensamento neste aspecto,
Apenas exaltar o que é realmente, o que sente e lhe toca os sentidos.

E vem momentos, como vidas dentro da própria idéia de existir
Que se tornam ausentes de sentido,
Pois o ultrapassar uma dessas vidas à uma outra, dentro da mesma idéia de existir,
Faz como que se passe por um espaço neutro e vazio entre elas
Onde não há nada que se possa compreender enquanto se está nele.

Todos os sentimentos conhecidos se chocam com uma força nunca vista antes
Como se lutassem pela anulação de tudo, deles principalmente!
Como se tentassem sobressair em algo maior, vindo realmente do mais puro vazio interior
Assim como a criança que nasce e nada espera do mundo, nem lhe deseja nada.

E nesse mesmo sentir das diversas vidas, há diversas mortes.
Conscientes e tênues como lâmina fina que separa a existência em fragmentos
Como que numa tentativa evolutiva de exaltar a unidade,
Aquela presente no universo cósmico, aquela interior ao próprio átomo.

Sim, mas o que haveria de acontecer para estes fragmentos voltarem a ser uma vida?
De que forma uma outra verdadeira poderia nascer,
Como aquela antes de ser impulsionado ao espaço vazio e à dor da neutralidade entre estes fragmentos de vida,
Uma vida que pareça toda uma realidade?

domingo, 4 de outubro de 2009

Nas diversas estradas que apenas existem quando os pés seguem seus caminhos, aquieto o peso da escolha de uma direção em meu pensamento. Até quando?

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A manhã e a noite ainda coexistiam,
Enquanto a neblina encobria toda a relva
Silenciando o pensamento apenas ao breve olhar.

E a consciência simplesmente existia,
Ausente dos extremos dos sentidos,
Observando vinda de todos os lados a neblina que envolvia.

domingo, 20 de setembro de 2009

De todo o lodo da minha própria ignorância,
Apenas cintila as raízes da flor alva que brotará à superfície
E qual (re)nascerá o interior significado do que realmente sou:

Do menino a correr pelos campos da Natureza,
Do jovem a buscar o caminho oculto,
Do homem a dar vida ao seu inconsciente.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Nos campos verdes poderia gritar verdades e deixar que o vento as levassem, para depois silenciar e perceber que a Verdade é ver os campos verdes.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

A cortina separa a luz da penumbra leve e sonolenta, aqui não há mundo, o munda está la fora. Aqui somente sons e pensamentos inaudíveis a quem de fora se contenta apenas ao que há frente aos olhos.

domingo, 23 de agosto de 2009

Despretenção

Na essência dos livros e dos discos nas estantes desconhecidas,
Eu me ausentei de tudo por um instante.
E novos ares, ouvindo atento quem falava,
Levaram-me à direções próximas e reais.

No silêncio do quarto, entre meus discos sossegados num canto
Despertei a música de outros tempos
E deixei que exalasse sua melodia por todos os outros cantos e por mim.
Esqueci do dia, e na noite envolto agradeci pela chuva que caía.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Movimento

A melhor das presenças
É a aquela vinda na tranquilidade.
Mesmo que tudo corra e estranhe a calma,
No que há além vê-se a novidade
Que traz aos ouvidos as palavras do que há de vir.

Mas não, não é necessário a pressa com que tudo corre
Nem o viver num ciclo sem sentir, apenas por ser.
Pois mesmo as sensações, mudam e ensinam a mudar,
E não há força estanque que impeça o movimento.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Família

No que um dia foi nascido
Não houve escolha, pois simplesmente lá já estava.
E todo o crescimento feito em direções até então não sentidas
Foram apenas seguidas pelo conforto do desconhecimento.

Mas já crescido, homem feito,
Ainda com o vento que sopra em várias direções,
Há o (re)nascer da Vontade
E de todo o sentir vindo dela e do Caminho.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Confiança

A cicatriz esquecida se tornou visível,
Emergindo de tudo antes inocente e despretencioso.
Mas este era outro tempo, não havia tantos pontos de vista
Que hoje se tornaram farpas ainda sendo retiradas pela persistência.

A herança de um passado que está além do que hoje é verdadeiro,
Não traz significado algum no que há agora.
Pois como uma fagulha caída no oceano não ofusca a escuridão do mar,
O movimento de ondas passadas não impede o crescimento do coral.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Perseverança

Do mar esquecido e há muito tempo não navegado,
Rodopios e ondas bruscas trepidavam sob a maré
Onde havia a calmaria inconsciente de um tempo breve,
Pois as núvens já se movimentavam ao longe
E a frieza do vento já anunciava ventania.

Da terra, mesmo sentindo o que havia de vir
E ainda lembrando do sorriso do que não mais preenchia
Lançou o seu barco esperando as variações da maré.
Quando no seco muito mudou, mas ainda não há briza,
E é por ter esquecido do fogo que acendeu uma fogueira.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Paciência

Quando a força perene que oculta a razão
Surge nas formas mais duras e diretas,
Como flecha disparada que atinge o próprio arqueiro,
Tudo some, e tudo aparenta perder o seu lugar.

Então, o silêncio em si vêm como necessidade
Para que o eco do interior se propague até perder intensidade.
E o lago manchado pela água turva da chuva revolta,
Deixe-se clarear pela boa vontade do Sol.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Esperança

Na mais interna fonte,
Fluem diversas águas.
Tão parecidas que se confundem
Até que as bolhas de suas sensações
Flutuem até a superfície e revelem sua natureza.

E ao estourarem levando à tona suas diferenças,
Conflitam suas diversas nuances
Elevando desejos, e mudando visões
Até que lá no fundo as águas se misturem num só matiz
E um outro mundo se revele vindo de suas profundezas.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Ontem eu tive um sonho, e antes de ontem eu colhi o sereno com as mãos...

Voltando de lá, de terras não minhas que me acolhem
Faço-me vivo como num instante,
E neste pequeno tempo ligeiro
Tudo me pulsa frente aos sentidos em afagos de sinceridade.

Por lá, anseia meus pulmões pelo ar da calmaria
Pelo ritmo de estar na sensação do lar que me escolhe
Reconstruindo cada fragmento meu
E unindo cada um deles pelo direito de me reinventar.

Ao voltar para o meu quarto envolto em novos olhares
Percebo que a janela, tão vista e despercebida aos olhos
Traz de volta o luar antes esquecido
E lá sem raciocinar me aproximo.

Mas então, sim os meus olhos notam
E há céu, sempre houve lá em cima
Tanto nas noites de luar
Quanto no breu da lua nova.

Sem perceber, pelo menos no início,
Sou abraçado como amigo pela escuridão,
E dos meus braços esticados da janela
Colho o sereno com as mãos.

Ah, da Natureza e do seu amor
Sinto o chamado e o calor da volta à Verdade.
Não, ainda não a vejo por completo
Mas há algo que sintila e me faz adormecer.

E num sonho que mais parece uma encarnação
Há os montes e o brilho das paredes de pedra
Que resplandecem do alto frente ao vale entre os montes.
Lá havia cor e a Verdade dançava como menina.

No meu amor envolvo o meu sossego
E no sorriso teu comigo vem a vontade de ser natural contigo, menina.
Pois estarei além das ventanias, sim!
Para surgir na eterna beleza que anima minha alma.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Sob o cais


O vento sentido do cais já não lhe diz mais,
E o mar que trepida ao longe não lhe sugere uma nova parada,
Tampouco o Sol lhe aponta a existência de outros povos e terras.

Tudo isto não lhe traz novos sentidos, nem necessidades.
Pois sua visão morre, e seu pensamento lhe engana.

Apenas lhe resta o vazio de nada esperar
E o sossegar do que há de sentir.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Where my souls is, there I am. Neither more nor less.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Unbearable lightness

The Being:

Looking at you, facing your eyes and skin, it comes up to me. Where is your past, which hurts me so deep on my times of weakness? Yes, my eyes cannot see and my mind only can see my own creation!

Beneath of you I feel your sensation, the heat which makes you alive with me
on this subtle atmosphere that connect us and surround our inner intentions of peace and love.

But like a quiet lake trembled by a sudden storm, the water of my thoughts become opaque and vague! Oh, dear wisdom, become almost forgotten...

Darling, it's your affection which moves everything around us, and keep away the illusions and sorrows I still don't know how to deal with.


The Lotus:

I was quiet here on my own, just thinking of you...

terça-feira, 14 de julho de 2009

Absense

You've said the time will come, ours
Though different ways I´ve walked through
Seem to put our inner thoughts away.

But they woke with me today,
And the old true feeling arrised
Even in times of absense of myself.

No matter how loud the world may laugh.
What is quiet, deep inside reflects who we really are.
Till the day when what was once silent
Will become brilliant like a lighthouse spreading its light over the sea.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Tem horas que me pergunto fortemente
O que de fato estou fazendo aqui,
Seria realmente necessário,
Como etapa para o que está por vir?

Certamente há um porquê velado
E que não se mostra senão através de sinais,
O que me remete aos meus atemporais pensamentos
Fazendo perceber o valor de estar calado.

Ah, mas o equilíbrio entre os pratos da balança,
Da profissão que faz o mundo conquistar
E dos laços íntimos que trazem o verdadeiro sentir
Parece ainda vacilar!

E na vida artificial não há senão uma pequena causa
Que leva a outra ainda maior,
Ardendo e amenizando,
Até que tudo se reviva e naturalmente germine do ser.

domingo, 28 de junho de 2009

Three of Wands

sábado, 27 de junho de 2009

Sendo

De tudo, tudo me poderia
Tanto ser em mim, e além.
Sendo mais, e em Verdade
Ser menino e sentir a idade do Sol.

Olhando, fluindo pelo corpo
As intenções já percebidas desde pequeno
De ser apenas Natureza
E nela simplesmente ser Vontade.

E vem os mundos, tantos quais percebo
No lacrimejar dos olhos ou no aceitar da manhã,
Que me fazem perceber cada vez mais
Apenas o Um de ser naturalmente sutil.



(Sigur Ros - Hljomalind)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Sentir a terra

Os deuses esquecidos
Ainda cantam nos campos verdes ao longe,
E do mundo ausente cintilam suas figuras.

Mas lá também há marcas
De mulheres e homens que eram como deuses
Pois sabiam que apenas da terra
Vinha o sentido de suas vidas.

Mas o tempo passou e todos se elevaram.
Deixando apenas as marcas
Na memória de quem não esquece
E hoje sente a terra em silêncio.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

"Você não sabe o quanto eu caminhei
Prá chegar até aqui percorri milhas e milhas
Antes de dormir eu nem cochilei
Os mais belos montes escalei
Nas noites escuras de frio... "

(A estrada - Cidade Negra )


Ah, do cansaço forte em meu corpo por ter cruzado obstinado tantas distâncias, apenas deixo a minha lembrança e Verdade de tudo o que sinceramente por mim flui, brotando como flor em seu sorriso.

quinta-feira, 11 de junho de 2009


Cruzando tantas direções, ao aquietar o corpo percebo tudo como um momento onírico qual não sei ao certo quando haverá o despertar. E então me pergunto, aonde está o Eu?

Apenas a jóia da meditação trará o meu olhar para dentro: Om Mani Padme Hum.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Olhar ao sol


"Somos pássaro novo
Longe do ninho
Eu sei, eu sei..."

(Eu sei - Legião Urbana)

O pássaro ao ausentar-se do ninho pela primeira vez
Acostuma-se com o sol de outros lugares.
E quando retorna percebe que não há mais ninho,
Apenas a sensação de que algo que o tinha
Não tem mais espaço em seu ser.

Mas o pássaro não se esquece do que um dia era seu,
Apenas aceita o seguir da própria natureza.
E os seus olhos ainda brilham ao ver o sol
Que clareia os campos e lhe expõe aos passos do tempo.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Breath



Inside, inner of myself
Something trembles and flows
Like multiple different lives
Mixed at once.

Sometimes it gives me strength
Other times put my sorrows to my eyes.
Then I silence like a stone in front of the sea
Letting the waves come and pass over me,
Giving me at each time, another breath.

domingo, 31 de maio de 2009

Sal da pele

(Sequência: "Rosa dos Ventos", "Conselhos além-mar", "Mares merecidos")

A brisa do mar sentiu os teus cabelos, navegante.
Fazendo-te lembrar das diversas terras
E da mesma vontade tua de nelas ficar
Por tempos breves e em novos brilhos de vida.

Mas não te podes pensar agora,
Nem mesmo amanhã ao raiar o dia.
Pois o que fazes agora simplesmente vai pro infinito
E não é conhecido por ti as direções que segue.

Então silencia a vista, clareia o pensamento
Observando o mar visto da proa dos teus dias
Sentindo a tua pele marcada pelo sal,
E o sorriso moreno a te esperar na imensidão...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Distance among far places made me think about how beauty is reflected in its different forms, in different ways. And how different and strong we can be when facing them at the fist time as well...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

The ground beneath and skies above, there's too much between them. It's just the love of nature which makes me go through.

domingo, 24 de maio de 2009

Sintonia entre mundos

Ao olhar da janela de vidro de lá do alto,
Enquanto bebia uma chicará de café,
Via as árvores da floresta que balançava.
O céu cinza e o vento ligeiro embalavam
A tarde que entre elas silenciava.

Até que uma das árvores me chamou a atenção,
Não era a mais alta da floresta
Da minha visão eu percebia o seu balançar junto com as demais.
Eu, com pensamento leve e sem nada pensar
Contemplava o matiz que fluia do verde ao cinza do céu.

Sua copa, revelava-se em dois tons
Parecendo mudar de cor constantemente,
Indo do verde que a confundia às suas irmãs
Ao amarelo ouro que a tornava tão diferente.
Tão logo eu a olhava por muito tempo, voltava lentamente ao seu verde original!

E quando eu tirava o olhar dela por um tempo,
Voltando a minha atenção para o café que esfriava,
Olhando-a novamente toda a sua copa reluzia
E o meu olhar se envolvia no novo matiz dourado,
Parecendo que conscientemente queria distinguir-se das demais!

Mas tão logo o café acabou,
O mundo dos homens me chamou de volta aos afazeres.
Deixei-a reluzindo diferentemente em seu mundo.
Pois sei que naquele momento era só eu e ela
Não havendo linhas tênues a separar os nossos mundos.

Yeah, it seems the winter is near, side by side of heavy steps and a warming heart.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Chuvinha solta, respinga da janela e me traz a natureza.

terça-feira, 19 de maio de 2009

A noite silencia, de pensamentos e gestos de homens.
A luz reflete na parede branca o que no sono há de vir...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Mares merecidos

(Sequência: "Rosa dos Ventos" e "Conselhos além-mar")


O teu navio, homem dos ventos antigos
Agora segue a rota da estrela do norte
E por mais que tenhas vacilado em tempestades passadas
Este é o teu começo, as novas águas que te esperam!

Sossega os antigos ruidos do teu convés
Aceitando que os antigos fantasmas já foram silenciados pelo tempo.
Então levanta alto as velas mais alvas
Navegando pelos mares, indistintamente.
Estejas tu no frio dos polos ou no calor dos trópicos.

Lembra-te, quando subires no mastro do teu navio
E de lá avistares cores diferentes do azul
Não temerás mais, pois este é o teu mar merecido.
É a beleza dele que irradia por ti.



(Sting - Valparaiso)

domingo, 17 de maio de 2009

Após o silêncio

As palavras que saem não são do céu nem da terra.
Apenas fluem por sensações de estar e crescer
Refletindo tanto no peso quanto na leveza
Do existir, do amar, e do ousar ser.

Mas são tantas, quem quando ditas, faladas ou lidas
Causam o silêncio de quem as ouve.
E lhe abre as portas do sentir,
Na confiança que não teme o toque de quem quer...

... não só usar as palavras para por o pensamento em movimento.

Sonolência

Na ciranda a roda gira sem parar
E nas mãos entrelaçadas,
Todos se movem e seguem o mesmo rodar.

Mas eu prefiro apenas mover
E que o meu movimento seja de muitas maneiras
Sem me preocupar com as formas que tem.

Talvez por isto que não exista no quotidiano
A percepção das demais pessoas das facetas do mundo,
Fazendo-me então elevar os véus e contemplar-lhes a face oculta.

Assim, sou natural, pois apenas me interessa realidades.
E percebo em mim que a primeira vez dos acontecimentos quais quero que se repitam não é a mais importante.
Mas a segunda vez, pois manifesta a beleza da primeira e a carrega para as demais!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Diálogo durante o caminho

O Caminhante:

Como me olhas com o semblante tão sereno enquanto os meus olhos de dúvida, tão pequenos, mal te podem notar?

Vi-te de longe, mesmo em fogo intenso e na incerteza estava em vago pensamento. Mas da tua luz senti o sopro do alento, nesta noite em nada acreditar!

Quieto caminhei em silêncio, mesmo sem sentir os passos no escuro eu me sentei no bosque de onde agora te avisto. Por muito tenho andado, tanto que no corpo o cansaço se fez parte e não me pesa o escudo do amor. Com ele, ainda entre o fado pesado dos dias, aprendo a cruzar desembaraçado por entre os comportamentos dos homens.


O Espírito Montanhês:


Não sou o que caminhas, mas o ardor em teus pés. Para que te lembres da força que te arde por dentro e te eleves à imensidão.

Sou a brisa leve entre os teus cabelos pesados, pois na rocha dura te vi andar, e no teu vacilo serei a mão do teu levantar!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Poem for a tree

I will take my steps,
Guide them to the country side
Where life appears to pass gently
And love grows between the roots of a tree without time...

"Life is old there
Older than the trees
Younger than the mountains
Growing like a breeze"
(John Denver - Take me home, country roads)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Colheita entre noite e dia

Acordando, ainda dormente dos sentidos do corpo
Percebo a figura em minha mente
Que me acorda, acompanhando o meu despertar ao mundo.

Este tem sido o sinal antes adormecido por tanto tempo
E que eu particularmente havia deixado,
Trocando-o pelo vazio dos pensamentos ao acordar.
Mesmo tendo ele me acompanhado desde tempos sem início.

Quando se toca um rosto brilhante, não só o toca com os gestos das mãos
Mas com todos os sentidos do corpo e mente.
E então este lhe brota em novas revelações num pensar contínuo que não finda.
Seja desde a hora de dormir (acordar) à hora de acordar (dormir).

E na claridade da figura que vejo com o olho que pulsa em minha testa
Toco-a com os gestos além corpo
Em energias sem forma, mas repletas de consciência.
Entregando-a à beleza das flores do dia, que colhi para ela antes do acordar.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Palavras

As palavras após ditas com um querer sincero
Precisam ser revividas continuamente,
Para que não se exalem, ou fiquem no passado,
Deixando a idéia de que algo simplesmente findou.

Talvez seja por isto que as canções tem refrão
Para que fiquem por mais tempo no ar certas palavras.
Enquanto outras são deixadas para que se dissipem
E não lhes demore a existência.

Mas também é preciso o calar
Para que arrefeça as ilusões do pensamento,
Carregando as palavras com a leveza da sensatez
E a clareza dos propósitos.

Por isto que não há cansaço ao dizer
E deixar que as palavras venham,
Mesmo aquelas vindas das sensações tão incertas aos sentidos, e voláteis!
Para que quando ditas, sempre revivam no querer sincero que as pôs em movimento.

domingo, 26 de abril de 2009

Rabisco de lucidez

Deve haver loucura em não pensar nas dificuldades
Ou no que poderá vir com os passos adiante.
Mas é melhor não pensar nisto
E simplesmente seguir, sentindo o caminho.

A escolha e a beleza estão no caminho, e não no fim.

Domingo à tarde

A caminho do sono da tarde, eu penso, continuo a pensar e não me esqueço
Pois mesmo de longe, na lembrança de um sorriso seu, eu aquieto e adormeço.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Chuva

A cidade húmida dorme, e o querer de estar perto anseia por despertar.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Afagos nos cabelos

Num desejo de cobrir o desconhecido
Com o melhor que há em mim
Eu receio, não pelo que desconheço,
Mas por tudo já antes sentido.

Mas o que me vem de longe, de terras suas,
Impulsiona a beleza que sinto quando penso
No que acontece quando termina a correria dos seus dias
E temos o momento onde lhe posso ter serena.

Minha mão entre os cabelos,
Aqueles que vejo em figuras suas,
E mesmo não podendo agora tocar
Virão em afagos, seja na luz do Sol ou da Lua.

___
Para W.


(Bob Marley - Mellow Mood)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Once upon today

It's been so different now the sensation of the other. What was used to be accustomed before, now just looks like shattered sensations which cannot find a place to grow in myself. What really exist is the present, nothing more indeed. So, there is no intent of "gathering a yard to let the butterflies come", or regret the great moments once lived.

Yes, what only takes place is the consciousness which belongs to me, and the treasure of existence is being aware of what is around, neither more nor less.


(Gene Clark - Polly)

domingo, 19 de abril de 2009

Por céus, terras e mares...

Ah, não sabes e nem conheces,
Afinal não cabe a tua natureza.
Sim, aquela que te ensinaram,
E que toma qualquer gesto que venha a mim.

E fui-me em tentativas,
Quais não mais me cabem,
Pois não são minhas, e nem surtem efeito à minha natureza.
Dependem de atitudes além-mim.

Não, não há tristeza, nem desabrochar
Porque não há flor plantada
E nas minhas terras
Ainda não foram lançadas as sementes.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Joy

segunda-feira, 13 de abril de 2009

O olhar que passava

Indo de desertos à campos verdes em um único dia.
Cruzando lampejos de paisagens adormecidas
Que acordavam lentamente ao olhar que por elas passava.
Mas não era visto, pois o ver ia muito além do abrir de olhos.

Numa casa simples, cedo pela manhã,
Saiu uma criança descalça à porta
Coçando os olhos que teimavam em abrir.
O sol tocou-lhe os cabelos e os fez reluzir ao olhar que passava.

Longe, mais à frente, um homem cuidava do campo,
Não percebendo o olhar que passava.
Suas mãos tinham a cor da terra
Ao mexer nas sementes e na força que enterrava.

Na cidade de mármore havia homens
Tão entretidos em seus negócios
Que não percebiam o Sol, nem eles mesmos,
E ausentes continuaram ao olhar que passava.

Ao mesmo tempo que cruzava vales e cidades
O tempo seguiu e apagou da paisagem o olhar que passava.
Não havendo mais sinal de que lá esteve
Ficando apenas marcado os acontecimentos na memória que não esquece
Daquele que cruzou a Natureza deixando-se passar.

sábado, 11 de abril de 2009

Blue light

The bluest light came from the dark sky
While I woke up during the night and faced up the moon at the window
Which was not showing me anything, but there I was awake.

Calmly, nothing in mind, except the being of myself
And the pleasure on my own.
When returning to bed, deeply I got asleep
To carry the world's burden in the next day.

But now I am singing, and that's all that matters...



(The Beatles - With A Little Help From My Friends)

terça-feira, 7 de abril de 2009

Calor inebriante

O calor amolecia os sentidos
Tornando a visão leve e embassada
Não havia pensamento presente
Nem qualquer noção do tempo que apressava.

Dai vem o questionamento,
Até que ponto isto é merecido,
Vendo que o suor que escorre do rosto
Mostra que nem tudo é lembrado ou reconhecido.

Então somente o desacelerar
Em cada atitude e pensamento
Pode mudar as coisas, presentes ou futuras, não importa.
Fazendo valer a pena cada intento.

domingo, 5 de abril de 2009

Lantejoulas



A dançarina envolvia o ar à sua volta em diversos aromas enquanto dançava, o perfume misturado ao suor da sua pele, exalavam aos em três pontos iluminados por velas na sala circular de tom avermelhado. O seu sorriso belamente vestido nas voltas da sua dança e olhar, hiptonizava a todos que prestavam atenção aos seus detalhes, brilhando no tom amarelado que as chamas faziam pela parede ao tremerem no ar dos seus gestos. Ela sabia disto, mas no momento não pensava, vindo somente a sensação quando tudo terminava e via pairar no ar o vapor da dança que deixara. Os movimentos dos seus braços encobriam todo o seu quotidiano, e deixavam para além tudo o que se passava durante o seu dia. Ela não fragmentava os momentos da sua vida, todos eram continuamente um só. Não sentia a si mesma transpassar o momento em que estava dançando daqueles onde parecia aos olhos do mundo como mais uma mulher a seguir o destino que traçara a si própria.


(Jagjit Singh - Main Nashe Main Hoon)

Vendo lá de cima

O teu fardo, peso criado por ti
Começa a dissolver na atenção que destinas
Ao que há em cada ponto vivido
E no completo desamarrar dos nós que aos poucos vais percebendo.

Ah, entre os amigos e amores revividos
Passam-te os dias inteiros, e não estás em casa
Pois já a muito mudastes os conceitos
Do tempo que crescera, das formas da infância e dos amores vividos.

Não puxa o peso, nem o carrega contigo
Deixa na estrada que levanta o pó quando passas
E vai para teu recanto na Natureza das montanhas, além dos espaços,
Lá onde sempre haverá a vista ao longe do firmamento que muda de cor.

Mas não te esqueças dos prédios e edifícios feitos de pedra artificial,
Do peso da vida entre eles, pois tudo veio como irá.
Então na medida que o teu peso for sendo dissolvido por ti,
Quanto mais pesado forem os dias mais leve sentirás
E não te importarás mais por amanhã não ser mais domingo.


(The Radio Dept. - Pulling Our Weigth)

domingo, 29 de março de 2009

Silêncio de uma manhã

Do outono, apenas percebo o balançar das cortinas ao vento
E as núvens ao longe que cobrem tudo,
Desaparecendo num instante e abrindo o céu ao Sol por completo.

Costumava ouvir durante anos
Uma mesma canção ao sentir os ares do outono
E repeti-la até o fim do inverno, ela está comigo agora.

A cidade continua a mesma,
Não por minha forma, que muda constantemente a cada olhar.
Mas pela certeza de ela continuar sem precisar de mim.

E isto é assim, desvanecendo um pensamento, forma, ou olhar
Para que novos venham, e sigam em outras maneiras.
Nelas me incluo, e sinto o Sol com um modo particular à cada manhã.

Pois nas cortinas entreabertas,
O vento balança, e eleva o som do seu balançar.
Como se dissesse que apesar do meu silêncio, há uma Natureza que pulsa lá fora em cada estação.

E em mim.

sábado, 28 de março de 2009

Cantiga de dormir

Ah, estrelas da noite
Liberem o sono da caixa mágica
E a paciência da algibeira de ouro.
Elevem o peso do dia para o alto,
Trazendo a vida
Que pulsa em outros mundos,
E sossego.

terça-feira, 24 de março de 2009

Conversa em tempos atuais

Fomos embora e assim no desfizemos de várias necessidades. Mudamos toda idéia que tínhamos a respeito do que viveríamos com o passar dos anos, tudo foi completamente mudado em dias que mais pareciam centésimos de segundo. Sempre há a intensão ingênua daqueles que não sabem até onde o passo dado por eles, assim os levará. A excitação faz com que a idéia de cores novas vindas da mudança acabe por valer a pena na sensação de novidade que esta pode lhes proporcionar. Sem muitas vezes ter em mente quais efeitos isto pode causar numa simples idéia impensada, ou completamente envolvida em um sentimentalismo unicamente vindo da excitação.

Estas ditas necessidades são os apegos, carregados durante muito tempo e que se tornaram parte da mentalidade de nós todos, uma realidade pertencente ao nosso próprio ser. Esses apegos, como cascas antigas, certamente precisam ser deixados com o próprio crescer que tivemos, e com a remota idéia de infância envolta na proteção instintiva vinda daqueles que estiveram ao nosso redor. Mas há outras necessidades! Estas não são simplesmente apelos vindos dos sentidos meramente físicos ou vontades apegadas ao próprio subconsciente. Existem forças maiores, forças que reinam acima da coletividade e acima de qualquer senso de proteção de um indivíduo, proteção esta vista tão necessária nos tempos atuais em que vivemos. A idéia de retornar ao eu, o eterno caminho de regresso da própria personalidade, ao se encontrar em momentos onde somente a sua vontade de nada muito adianta. Fazendo-se útil a completa entrega a certas sensações vindas de momentos não pertencentes a qualquer fase da vida, nem à infância nem à maioridade, mas ao completo senso de existência na natureza e neste planeta. Momentos simples como um aquietar-se em casa, e observar o tempo ouvindo uma música ou lendo um livro qual nos apresente novos lugares vividos por alguém, ou trechos da vida onde o autor achou interessante compartilhar.Ou até mesmo ver-se crescer, observar o próprio corpo e ao olhar fotos antigas perguntar a si mesmo onde tal criança existe dentro da figura atual, com barba e pensamentos de gente grande. Sendo que uma escolha feita abandona completamente as demais opções, tomamos novas direções nesta que fizemos. E com ela deixamos que as vidas contidas em cada uma das outras escolhas seguissem seus próprios rumos, quais não nos cabe mais qualquer decisão.


Foi então que apagamos as luzes, e as cortinas foram abertas. Apenas havia a lua cheia lá fora que banhava a cidade sonolenta, do alto de onde estávamos tudo ganhava um tom prateado e uniforme. Havia uma janela acesa ao longe, foi quando percebemos que alguém olhava em nossa direção.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Chamego dos dias

O tempo que não tenho tido,
Virá de volta a mim nos momentos soltos.
No chamego mesmo que de longe,
Passará o tempo a ser meu de volta
Trazendo-me novamente a leitura dos dias.

--

Respira as alturas, teus pulmões não ardem mais ao rarefeito ar!

sábado, 21 de março de 2009

Espelho

O cansaço negou os sentidos de qualquer exitação
E a correria teimou por continuar
Mesmo na quietude da solidão.

Indo, divagando e vivendo sem estar,
Não acreditou em promessas ou ansêios de futuro
Mas na impossibilidade do parado continuar.

No tempo sem saber, vindouro, haverá um marco de pedra
Qual dividirá os tempos que cessaram,
Da nova etapa repleta de novas realidades...

... refletidas do Eu, ao mundo.

sábado, 14 de março de 2009

Amorenar

Não, não está ao lado.
Nem em direções que a visão alcançe,
Mas nada impede que esteja perto,
Apesar de não haver sinais no que é conhecido.

As linhas que cruzam,
Apresentam outras direções,
Que podem até ser vistas.
Mas levadas adiante, já é uma outra etapa.

Somente quando cessa o desapego por completo, ao olhar para elas.
É que se dissipam as núvens que antes encobriam o céu,
E a pele se amorena ao Sol que entra pelas janelas.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Além do ouvir e falar

Não existe nada similiar ao amor que tens,
Nele há o teu sentir sozinho,
Mesmo que escutes a quem te queiras falar
E sejas gentil a quem te queiras ouvir.

Nem sempre há a atenção merecida
Mesmo que tenhas o melhor a dar.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Cansaço insone

O cansaço insone,
Leva à ilusão,
Cegando o futuro.
O mundo dorme, e esquece.

Mesmo lúcido
Em descrente inquietude
Aconselha a noite profunda,
Domir é o melhor a fazer.

Mesmo depois da meia-noite,
O trabalho inacabado,
E os sentidos dormentes demais para crer.

terça-feira, 10 de março de 2009

Graciosa Virtude

Hoje estendi a mão à um ser gracioso,
Curvando gentilmente ao seu semblante
Sorridente e discreto,
Envolto no silêncio da sabedoria.

Nele, lembrei das palavras antigas
E das virtudes a serem alcançadas.
Conduzindo-me à paz daqueles que cultivam o mérito
Da serenidade mesmo na ventania e no trovão.

segunda-feira, 9 de março de 2009

O silêncio da Vontade


Não há mensagens para enviar,
Nem expectiva de alguma chegar
Há esquecimentos,
Momentos que sobrepõem a outros, mais vívidos,
Acabando por perderem a importância momentânea.

Fica o silêncio, mas não aquele
Que se espera pela ausência de som.
Mas o que vem do que não acontece
E do que se perde na ausência da Vontade.

Acabaram de passar belezas.
Belezas daqui, de nenhum outro lugar
E elas se foram a conversar.
Mas nelas também havia o mesmo silêncio,
De não perceberem sobre elas o olhar.

domingo, 8 de março de 2009

Núvem ligeira

(Cantarolando: Soluz - Todo Vale)

Cantarolando, e olhando para o alto,
Vendo as núvens ligeiras passar pela Lua
Enquanto conversas novas e compreenção
Envolvia tudo em sensações além de mim.

Não havia estrelas, mas havia percepção
De que o momento segue,
Como seguirei daqui a uns dias
E ao todo voltarei, sem nunca ter partido.

Envolto pelo Sol e o seu dourado,
E na escuridão que me acolhe como amigo,
Cantarei novamente.

Percepções de um instante

Tantas coisas para serem ditas, vindas de diversas percepções num único instante. Maravilha, puramente maravilhas vindas do inesperado e que sairão das minhas mãos aos poucos para que possam ser lidas. Pois o real somente pode ser expresso manifestando a sua beleza...

Maravilha, maravilha!

--

(Sugestão de álbum: Paul McCartney (The Fireman) - Electric Arguments
Músicas: "Sing the Changes" e "Is this Love")

segunda-feira, 2 de março de 2009

Conselhos além mar

(Sugestão de album: Alela Diane - To Be Still)
(primeiros...)

Não te lanças ao primeiro navio,
Viajante do tempo,
Mesmo que sintas a tranquilidade do vento
E a calmaria do mar!

Por turbulentos redemoinhos,
Águas distantes, estiveram teus dias.
E de lá viestes mudado, continuamente,
Em mente e corpo.

Sei que as brisas não são mais as mesmas,
Por que tu não és o mesmo.
Nada está calmo ou agitado,
Porque o que balança como pêndulo é o que vem de ti,
E é necessário elevar-se acima da maré dos teus pensamentos.

Sei que sorrisos novos são tentadores,
Estão por toda a parte, e todo o tempo.
Mas é importante que olhe para os seus matizes,
E olhes novamente,
Quando achastes que um deles
É apenas o que te importa no momento.

Mesmo ao avistar os sinais antigos,
Não busques repetidamente o que conheces.
Por mais que te estejas acostumado
Observa os outros navios
Que veem e vão para mares distantes.

Visualizando o que desejas,
Criativamente e na simplicidade,
Enrriquece tua consciência
Purificando o ouro que há em ti.

domingo, 1 de março de 2009

Voo Astral

A coruja da noite soou,
E voou alto por minha cabeça
Conduzindo-me ao sono consciente
Como numa iniciação aos mistérios antigos.

Nas asas astrais virão descobertas.
Sob Vontade o Amor será desvelado,
E os caminhos clareados pelo Sol.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

O monge da túnica azul

O monge desconhecido se mostrou ao menino
Dando-lhe conselhos e silêncio.
E o menino sabendo da existência do monge,
Refletindo, se sentia tocado pelo outro plano.

Hoje, depois de anos, num dormente período de silêncio
Ele manda mensagens ao monge invisível,
Em noites de cansaço, em terras distantes.

Não se sabe do monge,
Apenas do seu nome, e um pouco das terras por onde passou.
Elas criaram imagens na cabeça do menino,
Com casas brancas nas rochas da ilha ensolarada, e povos em meditação.

Hoje, pensando no monge
Lembra dos laços paternos, ancestrais e ditos por ele.
Mas ainda não vistos,
Apenas sentidos no olho que pulsa em sua testa no escuro...

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Vapores juvenis


O pão saiu do forno, haviam vapores que subiam e circulavam no ar, foi quando ela entrou acompanhada de sua mãe. Ao cruzar quem a observava, não lembrou quem era, e simplesmente seguiu perdendo forma, apenas podendo ser vista a sua roupa como um borrão etério entre os vapores húmidos que subiam dos pães recém tirados. A mãe, bela e com traços delicados, a acompanhava e havia encolhido. Os anos fizeram a filha tanto aumentar de estatura como de imponência, não algo rude, mas como se a vida agora cobrasse mais dela que de sua mãe.

Então, ao ser aberto por ele o saco de pães quentes e vaporosos, o sabor da mocidade veio à lembrança. E a sabedoria de que os anos passam, e passam. Enquanto as estruturas do mundo com suas casas, colégios e edifícios, por mais que pareçam estanques, se desgastam com o tempo e observam como grandes portais aqueles que cruzam por seus espaços. Desde o (re)nascimento, até novos, e distantes lugares.

Ele, quem observava, se foi e olhando para trás não via mais sinal algum das duas, a menina-mulher e sua mãe. E também havia se dissipado os vapores, caminhando avistava as pessoas a passar pela rua enquanto via o lugar onde crescera, mas agora envolto em novos ares de mocidade.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Naturalmente

Não força tua natureza,
Não será na busca que haverás de encontrar.
Mas na não-procura, na sinceridade do contemplar.
A beleza que irradia de ti,
E que perceberás apenas,
Quando naturalmente o teu sorriso retribuir.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Tambor ao Sol




O tambor ancestral vibra em terras distantes
Não somente em peles pintadas,
Mas em peles nuas
Douradas pelo Sol.

E a mulher em voz firme
Como menina olha para o alto
Cantando sua vida
Sentida da terra, em baixo.

Etheric

Fantastic!

-

"And with his fingers he will push..."




quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Tempo, tempo...

Sugestão de leitura: "Dê tempo ao tempo"

O tempo perfeito,
É a continuidade dos breves belos momentos,
Que mesmo separados por intervalos onde não se vê beleza,
Não se deixam cessar.

Mãos (in)conscientes


A experiência do camponês,
Que planta arroz e tem suas mãos calejadas de anos,
Acabou por esquecer o seu início
De mãos lisas e aprendizado desconhecido.

Hoje inerte, continua a arrancar as raizes
Com as mãos grossas e inconscientes
Esquecendo que os seus dedos ao alisar a terra,
Soltando as raizes encharcadas,
Importam mais que a agilidade do seu arrancar.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Força oculta




A bruta árvore debruçou-se sobre o vale
E cegamente tocou o vento,
Atribuindo méritos ignorantes aos seus galhos antigos.
Desconhecendo que a força da terra em suas raízes
Deram-lhe a altura não merecida.

A Vaca de Fogo


A vaca de fogo saiu às ruas de pedra,
Levantando as tradições antigas aos ares
Vindos do campo com a essência da terra.

Lá rodopia o fogo multicor
Fazendo correr as crianças na alegria da noite...

One

He is not at home,
The man and the hidden soul.
Both at once, behaviours misunderstood
By those who haven't paid attention at the sun's conscienceness
And whose life, at a certain point,
Became a sequence of unremained footsteps.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Rainha

Alcançou outros áres,
O espírito sutil, que da terra densa se elevou.
E no campo ensolarado, ela a Rainha, trouxe o elixir
Envolvendo-o em perfume, e vitalidade.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Vista de longe

A meditação lembra,
Beleza não necessita ser dita.
E mesmo que seja, não muda nada.
Nem você, nem ela.

E quando ela nota o silêncio,
Sorri e alisa-lhe o braço.
Vendo o reflexo dela
No olhar que não esperava...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Hierophant

The strongest and most pure feeling is made from the weak ones,
Transmuted from messages
And desires of hapiness.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

O espírito transpassa o corpo e vai às alturas...

sábado, 31 de janeiro de 2009

Till the end


I misunderstood your signs,
And continued to misunderstand,
Even when you continued showing me them in your particular way.

So many, passing over me, just looking at.
But you, touching, pressing, smiling, not just facing, but more!
And so away became when I showed you my sign.

My sorrows are so near, and I need to go back again.
There, there, there. There are many, but there is no me!
No even if I try to let them accustomed to me, like I did.

I write like this,
Just because I know that if you read, you would not understand.
Like you did when my eyes where closed and I was not sleeping.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Bosque

Não havia passos, nem homens.
Circundada pelas árvores,
Chuva caída, e pensamento.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Godet

O que há mais a aprender com o vento?
Tantos em suas grandes (in)certezas de conhecimento
Mal sabem que existe uma outra vida
Formada de cores e belezas.
E que não pode ser vista de trás do muro onde estão.