Victor Requião

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sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

Tributo ao fogo-sossego

De onde vem?


De onde vem?
Por que apareceu? Somente uma vista.
Apenas vi, senti por um relance.
Sumiu, vagamente me deixou.
Sinto, e novamente...

Apenas tento, não sei o que.
Quero saber de onde, erro.
Acerto de que poderia ser,
A música do pensar a trouxe aqui.
E ela me conduz em sensação.

(20/01/2007)

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Sorrisos...


Sinto-me ignorante,
As flores, somente as flores
Nem se quer algo consistente me faz parte.
Nada me convida à um envolvimento noturno e eternamente breve.

Nem pensamento se quer vale!
A corroer a sabedoria tão clara,
Que só os que não mais estão percebem.
Eles me apontam e dizem entre eles:
"Lá, aquele que era. Aquele que ouvimos das estórias!"

E fico em silêncio,
Mudo sentindo a ilusão a elevar-se
Pegando círculos da fumaça que sobem ao teto
Através de um incenso que me beija verdadeiramente.
E aqui estou, em tentativas desformes em noites curtas
Sem versos longos.

E elas estão a dormir,
Sem sentir que penso nelas e admiro
A beleza que flui por elas e que me torna transparente
Sentindo-me absorto como um Deus que morre.

Silêncio, vagamente penso agora nele.
Deixo-me acontecer, sem tocar em nada!
Minhas mão não podem tocar,
Pois o toque não me pertence.
Apenas a sensação misteriosa de sentir
A vontade da presença do que sei que dorme.

(22/01/2007)