Victor Requião

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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Contos Interditos - Parte final

Vivenciar

Todos os cinco ali sentados me remetem à frente, como se ao vê-los assim fosse impulsionado a ser completamente novo e desbravador do meu próprio caminho. Não há solidão, nem mesmo tentativa alguma de estar só, pois quando se vive o início do que chamo "os anos verdadeiros" sempre se almeja ter a companhia sincera de alguem que se importa em simplesmente sorrir despretenciosamente ao seu lado.

Por tantos os rostos passo diariamente, e percebo quantas milhares de possibilidades se abrem à minha frente em cada passo que dou e percebo, são formas que intimamente podem conduzir desde o mais longínquo dos lugares até o mais próximo dos aconchegos. Essa tal possibilidade de acasos a se cruzarem me faz bem, e isso serve-me como elixir por onde minha mente devaneia e se deixa levar pelas constantes novas possibilidades do meu tempo presente.


Sinto os meus olhos se afastarem do círculo que entre as árvores é iluminado pelas chamas da fogueira, sei que esse momento de comunhão é imperceptível aos olhos e impossilvel de relatar em palavras. No sorriso alto de Lídia, e no balançar ao vento dos cabelos de Vick me banho no perfume delas e sinto a verdadeira essência do amor. Hesse o grande amigo de tempos que nem sei, em suas sábias palavras me fortaleço nessa não-busca, apenas na necessária vivência do que há em mim. Nos abraços de Tomas eu deixo o meu fraternal gesto de liberdade, Dhrei no sincero apoio levo as sementes férteis da amizade. Prefiro deixá-los agora e partir, de forma que nunca mais possa me considerar acostumado e antigo aos velhos costumes de ser quem tenho sido todos esses anos de ruptura da infância. Saúdo o sol com alegria e amor no coração, por suas luzes caminharei pelos prados e não deixarei passos, apenas o meu toque e o meu sorriso. Assim como levanto a mão esquerda e toco a chuva que rodopia ao cair do céu. Serei como o vento que simplesmente segue, e banha a todos com o seu frescor e sinceridade.

Abra-me as porteiras de tuas terras, e lá estarei contigo, pois agora sou amigo de todos os ventos...

Comments
1 comments
Anônimo disse...

Que bom, Victor! Que bom saber que você se libertou de algumas matrizes de aprendizagem. É muito gratificante, para mim, saber que, em algum momento, compartilhei desse seu processo. Estou muito feliz por você! Sucesso!

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