Victor Requião

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terça-feira, 3 de abril de 2007

Contos interditos - Parte 18

Chama rubra

Existem momentos em que o lado interior assume facetas de grande profundidade e encanto, dessa forma o inconsciente manifesta as sua vontades em forças nem sempre domadas. Seria esse um momento de completa entrega ao que se verdadeiramente é? Nesse momento de pele desnuda, as formas que adormecem, inertes durante todo o caminho pulsam com grande vida e vontade de vivenciar todos os seus estímulos. Não é diferente toda a exaltação discreta que se pode manifestar com tamanha sinceridade, na medida que se é correspondido de forma também sincera em momentos não efêmeros?

Assim Tomas sentia o pulsar do que surgia de dentro de si, vindo de lugares nem sempre conhecidos. Sentia todo o desejo a saltar-lhe pelos olhos e assim suavizar todo o seu corpo, ainda mergulhado em sensações meio descrentes com relação a toda a sua vida. Desta maneira tudo parecia dormir como se esta forma sempre fosse a mais natural de todas, sem que a presença dele causasse um mínimo sequer de incômodo ou desconforto. As formas dormiam, e assim preferia as deixar para que todo o momento de contemplação pudesse ser observado de todos os angulos que podia ter na forma como esta ali deitado, largado a si mesmo em total conteplação na tonalidade verde-musgo do seu divã. Parecia como um deus, porém seus traços humanos davam sempre a noção da irrealidade dos homens misturada com todas as imagens da natureza, realmente repletas de verdades.

A porta levemente quebrou o seu silêncio, algo silenciosamente ali respirava através dela. Separando todo o mundo normal do seu mundo de isolação no alto das montanhas, realmente alguem ali queria adentrar tal mundo e assim fluir como fumaça perfumada através da brisa que soprava pelos seus campos. Levantou, as pernas não se contralavam por inteiro, mas tentou e assim chegou até a porta sem ver com muitos detalhes os passos que dava em sua direção. Levemente a abriu e viu uma forma feminina de tamanho pequeno, que assim o fazia lembrar da forma andrógina de Shiva. Naquele momento notou a presença dos cabelos, realmente já eram uma única força naquele momento. Consigo ver que a bipolaridade do gênero, feminino e masculino, que cada uma expressava à sua maneira não existe mais. Fundiam em força única, onde ela nos seus braços ainda sem força, se igualava ao corpo dele como se quisesse ser conduzida aos mistérios por ele compartilhados. Só pude ouvir o som da porta se fechando quando os dois já estavam em total comunhão de olhares no divã, não eram necessários grandes gestos. Tudo podia ser exalado com os sentidos mais ocultos, e tudo aquilo exaltava a grande força que em uníssono levava Lídia e Tomas aos campos cultivados de trigo que rodeavam os templos dos antigos mistérios.

Como numa tentativa de preencher algo que faltava, Tomas levantou e caminhou em direção à mesinha em baixo da imagem do deus hindu. Lá abriu uma pequena gaveta e desembrulhou uma vareta de incesso que segundo ele o conduzia às sensações vindas dos planos superiores. A brasa acessa fazia companhia a eles, parecia como um ser mitológico a observa-los com total aceitação do lado oposto aonde estavam juntos. Vejo que a neblina que acompanhava Lídia na manhã do dia anterior não vinha da rua por onde ela caminhava, mas de si mesma. Todo o lugar parecia preenchido por um tom etéreo e fresco, a nitidez das coisas era perdida e tudo se isolava mais ainda do mundo dos cegos. Que viesse tudo aquilo, e que assim os conduzissem aos momentos verdadeiros que estavam a tomar forma para aqueles que a luz da lua ganhava um tom especialmente novo.

Comments
1 comments
Anônimo disse...

....Existem momentos em que, realmente tudo se torna "profundo e mágico", mesmo diante de toda nudez, seja ela fisica o mental, pode ser que nao haja desejo ou tesao carnal...visto q nesse momento o que ocorre é a "unidade" entre o macho e fêmea, a uniao entre os seres, a totalidade de um todo....pq nao poderiamos dizer que isso nos levaria a um gozo tao mais completo e fulgaz, como dois amantes que se reencontram apos certo tempo? Existem varias formas de se amar...de se entregar....de se doar....a felicidade, o objetivo alcançado, o time vencendo um campeonato o mundial, uma megasena acumulada onde apenas vc eh sorteado - isso nao seria uma forma de estar completo, em unissono com vc, com o mundo, com o universo? Claro q isso existe....

=)
mas enfim...
deixando td a parte angelical, pura e virginal...que nao sei pq estou vendo nesse conto, dai minha dificuldade em comentar...================
Fundiam em força única, onde ela nos seus braços ainda sem força, se igualava ao corpo dele como se quisesse ser conduzida aos mistérios por ele compartilhados. =====(!!!!!!!!!!!!!!!!!!!))Só pude ouvir o som da porta se fechando quando os dois já estavam em total comunhão de olhares no divã, não eram necessários grandes gestos.===========tantric?========== Tudo podia ser exalado com os sentidos mais ocultos, e tudo aquilo exaltava a grande força que em uníssono levava Lídia e Tomas aos campos cultivados de trigo que rodeavam os templos dos antigos mistérios.=====e quem nao gostaria d epoder ter a oportunidade dessa "troca"===
Como numa tentativa de preencher algo que faltava, Tomas levantou e caminhou em direção à mesinha em baixo da imagem do deus hindu. Lá abriu uma pequena gaveta e desembrulhou uma vareta ----VARETA!!!!hihiihihi-simolo falico.....==== -de incenso que segundo ele o conduzia às sensações vindas dos planos superiores.====SENSAÇOES estas Q PODEM SER????-UAU..apenas imaginemos...======= A brasa acesa fazia companhia a eles, parecia como um ser mitológico a observa-los com total aceitação do lado oposto aonde estavam juntos. Vejo que a neblina que acompanhava Lídia na manhã do dia anterior não vinha da rua por onde ela caminhava, mas de si mesma. Todo o lugar parecia preenchido por um tom etéreo e fresco, a nitidez das coisas era perdida e tudo se isolava mais ainda do mundo dos cegos. Que viesse tudo aquilo, e que assim os conduzissem aos momentos verdadeiros que estavam a tomar forma para aqueles que a luz da lua ganhava um tom especialmente novo.
==================Nessa situaçao, impossível esconder que o q houve nakele diva, nas horas passadas..mas , apesar de minhas duvidas, quase certezas..ainda imagino ..ateh quase creio na existenia de um amor transcendental...onde nem palavras ou qqer outro ato sejam necessarios, se vc encontra alquem q te complete ...tambem existe a outr aexplicacao---inteligencia eh afrodisiaco, nessas condiçoes, alguem que queira aprender algo, pode fikar..."abobalhada" e cega de admiraçao e vir a se tornar o q o outro deseja e espera.


vic..como te falei..isso eh puro demias...e falando serio..o 18, para mim, denotou uma certa ambiguidade..ou seja,,,no sei se o q houve foi uma troca..ou compartlhamento de aprendizados e situaçoes.ou se o q houve ali, foi realmente e ENFIM, a uniao e satisfaçao de duas pessoas mt cultas e discretas que buscam os mesmos ideais. nao soh para eles..mas para tds q os cercam tb,,
deixo pra vc me explicar!!!=))))))))
afe...se tiver tempo..pq ..fala serio!!!!!!!!.....tu eh moh dificil!
=)
beijao amigo!

qqer coisa..eh sono..ou efeito do gardenol!kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
smackkkkkkkkkkkkkkkkkkk

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