Victor Requião

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quinta-feira, 29 de março de 2007

Contos interditos - Parte 16

O saber do despertar

De onde tudo poderia ser formado? Alguns falaram de uma tal solução cósmica que tomaria diversas formas, através das vibrações em que fosse posta em contato. Assim tudo tem sempre sido, onde coloca-se a mente ela tende a modelar a essência das coisas conforme vibra a elas. Seria tão simples se o bem comum pudesse ser completamente ciente de todos esses fatores que de várias meneiras intereferem e direcionam os acontecimentos e fatos que se vive no caminhar diário. Desde os aromas aos sorrisos, tudo isso tem o seu lado completamente profundo e misterioso nas entre-linhas, mas poucos realmente se deixam sentir por tal atitude. O seu mistério, qual não representa intimamente mistério algum, é a gota de água que se espalha em círculos concêntricos quando vindos dos céus e caem no lago quieto dos dias a serem vividos.

O sol, quando o dia começa a raiar, parece sugar a cada momento o tempo que segue. Levando consigo todas as experiências vividas sob sua luz e a mocidade do futuro, fazendo tudo se resguardar de forma eternamente atemporal. Através de conceitos humanos o tempo foi definido, mas de nada serve além de qualquer sensação permitida aos olhos do sol e principalmente por trás dele.

As mãos quando postas de forma a tapar levemento os ouvidos criam uma sonoridade diferente, é como se pudesse tocar todas as formas e assim percebê-las de outro ângulo. Não de cima ou de baixo, tampouco lados. Mas de dentro para fora, como a alma que tenta aflorar do corpo de forma fina e passageira quando nos repousamos na inconsciência. Ou ainda quando criamos completo desapego e nos despojamos à simplicidade.

A tentativa de acreditar em tudo que foi dito, sentido e tido como grande direção por onde as coisas no fundo iriam seguir com alegria, é realmente não simples de se sentir. Quando se cresce e se começa a ter as dúvidas que por mais que haja preparo para elas sabendo que um dia chegarão, recebe-se a grande força contra todas as suas e assim tudo arrefece. Nesse momento todas as palavras ditas como profecias vindas de seres mais altos, que durante a infância se mostravam caridosos, se esvaem como pó no meio do deserto. A sensação de nostagia de lugar nenhum simplesmente é perfeita, pois de tudo se sobressai e a todos procura não olhar. E quando a preparação mostra-se quase que eficaz, depois de tudo intimamente acreditado com certa desconfiança, sente-se como um ser qualquer dentre os diversos, factível de ser completamente renegado por quase todos onde a vista pode alcançar. A dormência conduz ao esquecimento rápido dos sentidos, levando à misericórdia do último momento de todas as incertezas.

Sentir a vida que segue, serenamente profunda a sensação a tomar-se como irmão dela de forma tardia. Assim há a unidade entre as criaturas, cada uma com sensações à sua maneira. Através da não compreensão dessas palavras por alguem que as houve, este emudece e mostra-se não vibrar na sintonia que conduz à verdade intocada diante de todos os fracassos mentirosos.


Hesse caminhava pela rua tentando olhar para as coisas de forma como se algo escondido pudesse ser percebido, mas tudo parecia estranhamento natural. Caminhava, queria que seus passos durassem mil noites e que tudo aquilo pudesse ser aveludado a cada pegada deixada no chão da Terra. Conduza, ser irmão, o seu caminho longo na calma forma como se deita, e assim cada vez mais translúcida fica a sua liberdade.

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